A CRISE DE 1929
A quebra da Bolsa de Valores
O clima de
prosperidade nos EUA parecia durar indefinidamente, gerando uma febre de
investimentos em ações na Bolsa de Valores. As ações subiam de forma
artificial, isto é,, não correspondiam ao crescimento real da economia. Isso
aconteceu principalmente porque os consumidores procuravam manter um nível de
vida mais alto que a realidade econômica permitia, gerando ondas de empréstimos
garantidos por hipotecas. Mas, a partir da metade da década de 1920, o
crescimento econômico desacelerou, pois a recuperação da industria e
da agriculturas européias tornou a Europa menos dependente dos produtos
importados dos EUA.
O
dinamismo do mercado interno norte-americano também foi prejudicado pela queda
dos salários pagos aos trabalhadores. Assim o consumo diminuía acompanhando a
queda no poder de compra, mas as indústrias continuavam produzindo, gerando
estoques que ficavam encalhados, desencadeando uma crise de
superprodução. O preço das ações, no entanto, continuou subindo, até
que se tornou evidente que não havia correspondência entre essa euforia e a
situação real das empresas que começaram a falir. Os investidores correram para
vender suas ações, mas já não havia compradores e o preço delas despencou. A
euforia dos investidores deu lugar ao desespero, e o mercado de ações entrou na
crise que levaria à grande quebra ( crash) da Bolsa de Valores De Nova Yorque,
em outubro de 1929, iniciando a Grande Depressão.
A Grande Depressão
A grande Depressão pode ser definida como um período de recessão
econômica
Que durou
desde a crise de 1929 até o final da década de 1930. Nos EUA, durante os
primeiros anos após a quebra da Bolsa, mais de 9 mil bancos faliram e cerca de
300 mil empresas foram fechadas, causando o desemprego de cerca de 12 milhões
de trabalhadores ( 25% da mão-de-obra norte-americana).
Os
reflexos da crise foram sentidos em todos os países capitalistas,
principalmente na Europa e América Latina, onde havia grande dependência dos
empréstimos e investimentos norte-americanos. Os credores norte-americanos, no
entanto, começaram a cobrar os empréstimos de curto prazo e cortaram os
investimentos externos e as importações. Em 1932, na Alemanha, havia quase 6
milhões de desempregados. O desemprego chegava a níveis
altíssimos no mundo inteiro.
O NEW DEAL
Em 1932,
Franklin Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. O país estava no momento mais
crítico da Grande Depressão e necessitava de medidas urgentes para enfrentar a
crise.
Roosevelt rompeu
com os princípios econômicos liberais e procurou salvar o capitalismo por meio
de reformas econômicas dirigidas pelo Estado.
Este programa de reformas ficou conhecido como New Deal (
novo acordo).O plano consistia em grandes investimentos em obras públicas (
usinas hidrelétricas, pontes, estradas), com a finalidade de reduzir o
desemprego que assolava o país. O governo também promoveu o financiamento da
produção agrícola e industrial, salvando os produtores rurais que haviam
hipotecado suas propriedades e os industriais que não tinham como pagar suas
dívidas.
Essa ajuda veio acompanhada da interferência do Estado no mercado,
controlando e limitando a produção de mercadorias, a fim de evitar novas
crises de superprodução.Medidas trabalhistas também fizeram parte do New Deal,
como a liberdade sindical, a redução da jornada de trabalho sem diminuição de
salários, a fixação do salário mínimo, o seguro desemprego e o auxílio aos
idosos. Embora de forma lenta, o programa teve efeitos positivos e a economia voltou
a crescer, diminuindo o desemprego e aumentando o poder de compra dos
trabalhadores.
Fonte:
PELLEGRINI, Marcos.” Vontade de saber História”.9ºano. FTD. SP.p 87
e 89